31 de março de 2010

Experimento de um ano com uma sacola oxi-biodegradável

Depois de muito tempo resolvi publicar um post aqui novamente.
Mas não estive parado, não! Nesse período estive fazendo um experimento com uma sacola de plástico oxi-biodegradável. Resolvi deixar uma sacola dessas exposta ao ar livre para verificar quanto tempo demoraria para ela se desintegrar. Vamos acompanhar nas fotos abaixo:

24 de maio de 2009


A data de fabricação da sacola é de março de 2009. A sacola foi fixada no chão, num local com sol e sombra durante o dia e exposta à chuva. O terreno é inclinado, então não irá acontecer da sacola ficar submersa na água.

01 de junho de 2009

Nesta segunda foto a sacola parecia intacta, só estava um pouco suja de poeira. Uma plantinha nasceu ao lado dela, mas o terreno não é muito fértil para que ela cresça.

29 de junho de 2009

Estávamos no inverno, num período bem seco. A plantinha não resistiu e a sacola ainda parecia não ter sofrido nenhuma modificação, apenas perdeu um pouco o brilho.

22 de novembro de 2009

Após um período de chuvas fortes, a sacola começou a rasgar, mas não tinha cara ainda de que iria desaparecer. Estava só com cara de cansada. A plantinha brotou de novo.
Na foto abaixo, tirada no mesmo dia, podemos ver o detalhe da sacola, que estava começando a ficar seca e se rompendo com facilidade quando manipulada.



24 de dezembro de 2009

Agora sim parecia que a sacola estava começando a se desintegrar. Mas era um pouco diferente do que eu havia imaginado. Apesar dela parecer mais fina, e de ter perdido o volume, na verdade ela estava se rompendo em pequenos pedaços, que estavam se espalhando pelo terreno seguindo a água da chuva.
Depois de todo esse tempo esperando para ver isso, a primeira coisa que fiz não foi comemorar. Pensei que os pássaros poderiam confundir esses pedaços de plástico e comê-los.


E agora, o que é pior? Uma sacola de plástico que dura não sei quantos anos ou uma sacola oxi-biodegradável que se despedaça e se mistura com a terra? São pedaços pequenos de plástico, mas continua sendo plástico. Pensei em enterrar os restos mortais da sacola, só que é mais ou menos isso que as prefeituras fazem com os lixões, enterram tudo para que ninguém veja o problema. Mas isso resolve?

Atenção! As cenas que você verá poderão ser emocionalmente impactantes.

14 de março de 2010

Isto é o que sobrou da sacola oxi-biodegradável. A parte que ainda ficou inteira. O resto se espalhou pelo terreno. Alguns fragmentos foram encontrados a metros de distância. Outros nunca mais serão encontrados.


A plantinha ainda está ali, mas reparem nos restos de plástico ao longo do caminho por onde escorre a água da chuva.


Agora toda a estrutura da sacola está se desfazendo. Até o vento pode arrancar pedaços de plástico e levá-los para longe.


Veja o tamanho de alguns fragmentos da sacola.



Percebi que não adiantava mais enterrar o que sobrou da sacola. Não precisava mais "esconder" o problema. Graças a tecnologia oxi-biodegradável, o problema estava desaparecendo sozinho! Mesmo que eu não quisesse que ele fosse parar na barriga de um passarinho ou no rio que passa ali perto, agora já era. Não tinha mais como recolher a quantidade de pedaços que se espalharam ao redor. Quase não dá para ver, são muito pequenos. Poderia até ficar tranquilo, a natureza cuida disso... Me senti responsável por aquilo tudo, mas também me senti esclarecido.

Minha impressão final é de que se esse experimento, ao invés de ter sido com uma sacola, tivesse sido com milhares delas, teria sido um tragédia ecológica.
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