Reciclar é preciso

Acho que agora já posso escrever que estou reciclando o meu lixo orgânico. Foi demorado conseguir instalar essa rotina, mas aos poucos fui adquirindo o hábito e de algumas semanas para cá estou separando o lixo orgânico e enterrando para fazer adubo. O local escolhido é um cantinho aqui da vila que está sendo reflorestado.

vista do local

Fiz um buraco de mais ou menos 40 cm de largura nos lados e 50 cm de profundidade. Deixei a terra retirada ao lado do buraco para cobrir o lixo à medida que fosse sendo trazido para cá. Nas duas primeiras semanas não choveu, mas antes de colocar o lixo ali pela terceira vez já havia chovido bastante.

Pude perceber que a quantidade de terra que havia colocado para cobrir as primeiras levas de resíduos havia abaixado depois da chuva, como resultado da acomodação e da decomposição do lixo que já estava lá.

 abrindo espaço

Cada vez que coloco mais lixo no buraco retiro primeiro a terra que está mais na superfíce, até perceber onde começa a camada do material que está decompondo. Cada vez a terra está ficando mais escura e úmida, como resultado do processo de transformação do lixo em adubo.

enterrando o lixo

Hoje coloquei mais uma porção de resíduos e acho que chegou na altura máxima, faltando uns 10 cm para chegar no nível do solo. Agora é só esperar um tempo, deixar a chuva decompor o material e em breve será possível plantar um muda de árvore. Seria bom esperar o inverno passar para fazer o plantio.

trabalho feito

Tive que terminar o trabalho logo, demorei 12 minutos no total, porque a chuva já estava chegando para fazer a parte dela. Isso que é trabalho em equipe.

vai chover!

Alguém quer sugerir que árvore poderia ser plantada ali? Espero a sua colaboração!

Domingo na Vila Eliótis

Neste domingo a vila estava quase vazia, a maior parte do pessoal estava viajando. Aproveitei para tirar algumas fotos e passear por aí.

Muitos canários por toda parte.

A Brenda, uma Labrador, me acompanhou feliz da vida.

Uma amiga nossa que morava aqui mudou-se de volta para o Rio Grande do Sul.

As incubadoras de empresas estão prontas, falta começarmos a usá-las.

A chuva deu uma trégua.

Geralmente fico pensando em escrever algo sobre a sustentabilidade da Vila Eliótis, as ações ecológicas que temos que implementar, mas dessa vez fiquei somente apreciando o silêncio, o contato com a natureza, olhei o rio passando, as plantas, joguei pedaços de madeira para a Brenda ir buscar. É estranho perceber que mudar de hábitos também é desacelerar, perceber o nosso entorno, conviver com a realidade na natureza ao nosso redor. Preferi então não pensar em nada e só ficar admirando esse espaço que estamos habitando, que aos poucos estamos fazendo dele nossa casa.

E foi aí que percebi que nossa casa na verdade é grande e se espalha pelas montanhas a nossa volta. Não se limita ao nosso “terreno” mas se estende até o limite de nossa capacidade de sermos responsáveis por cuidar dela.

Nossa casa é a terra que nos acolhe, que nos serve de apoio e nos alimenta. O vento, as árvores, o rio, as montanhas. Entender o Planeta como sendo nossa casa é algo que parece ingênuo, bobo até. Mas exige uma certa dose de desapego pensar que não somos donos de nada, que estamos aqui de passagem em nossa vida. E que o melhor que podemos fazer é o que fizermos de melhor pelos outros, deixando a casa melhor do que a encontramos.

Ecovilas – Instituto IPEMA

O INSTITUTO DE PERMACULTURA E ECOVILAS DA MATA ATLÂNTICA – IPEMA - é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, com sede no município de Ubatuba, Estado de São Paulo. A missão do IPEMA é fomentar e difundir a permacultura para a criação de assentamentos humanos sustentáveis.
O IPEMA vem atuando desde 1999 na conscientização e a capacitação de pessoas para área da permacultura, ecovilas e atividades correlatas. Os cursos são realizados como forma de estimular a discussão e o debate na busca de soluções criativas, originais e apropriadas aos problemas sociais, econômicos, ambientais e de políticas públicas.

Visite o site do IPEMA.