11 de outubro de 2010

O que restou da sacola oxi-biodegradável

Este post é uma continuação do post anterior, sobre o experimento de um ano com a sacola oxi-biodegradável.

No post anterior recebemos um comentário do engenheiro químico Telmo Ojeda, professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sobre os experimentos realizados por ele com o plástico oxi-biodegradável. Leia abaixo um trecho do comentário onde ele descreve seu experimento:

"No início, tinhas dúvidas se as sacolas sequer iriam fragmentar-se. Então, coloquei-as dentro de outras sacolas transparentes e acompanhei sua degradação por um ano. Depois, suspeitei que as partículas obtidas ainda teriam a estrutura idêntica a do plástico inicial, podendo matar os organismos que as injerissem. Análises mostraram que as partículas mudaram dramaticamente de estrutura: as moléculas tornaram-se muito menores e repletas de grupos contendo oxigênio (hidrofílicos). Ainda que ingeridas por organismos, provavelmente não os matariam, da mesma forma que nós ingerimos pequenas quantidades de óleo mineral junto com certos alimentos, sem problemas. Os resíduos mostraram-se biodegrádáveis no ambiente a uma velocidade aproximadamente 100 vezes maior do que a dos plásticos originais (sim, estes também são degradáveis e biodegradáveis, mas pode demorar décadas, até séculos, dependendo do ambiente). Finalmente, estou agora testando a toxicidade dos resíduos em organismos. Contudo, a literatura existente, bem como diversos testes feitos em laboratórios idôneos pelo mundo não constataram qualquer toxicidade a nenhum organismo vivo até o presente momento. É interessante saber que alguns dos pesquisadores mais reconhecidos na área dos polímeros biodegadáveis defendam os oxi-biodegradáveis, que me parecem ser a solução para pequenos objetos de plástico, usualmente contaminados com resíduos orgânicos, que não compensem ser coletados, transportados, lavados, classificados e reciclados, nem ecológica - e nem economicamente (na grande maioria dos casos)."
Esperamos que as pesquisas nessa área avancem cada vez mais, a ponto de criar materiais que poluam cada vez menos o meio ambiente.

A sacola plástica que usei no experimento continua lá se decompondo, veja algumas imagens mais recentes:

4 de abril de 2010

16 de julho de 2010

3 de outubro de 2010


Saiba mais:
Sacola oxibiodegradável ganha espaço no mercado: matéria publicada pelo site http://www.funverde.org.br
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